segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A VERDADE SOBRE A MORTE DE BERNARDO COLLARES-CAPÍTULO 3

A verdade sobre a morte de Bernardo Collares Arantes na Patagônia Argentina -Versão da família-Capítulo 3
por Heliane Collares, domingo, 27 de fevereiro de 2011 às 11:23
 A POSTURA DA MÉDICA, DRA. CAROLINA CODO:

Já na tarde da chegada de Kika à base (04/1), a "Comissão de Auxilio de El Chanten" - integrada por representantes da Gendarmeria argentina e por montanhistas voluntários, coordenada pela médica e montanhista Carolina Codo -, decidiu que não fariam o resgate por terra, considerando: a) o estado de saúde de Bernardo (com dificuldade ou impossibilidade de locomoção); b) as baixas temperaturas que fazem no ponto em que ele ficou, que são abaixo de zero, mesmo no verão; c) a ausência de previsão de "janela" de tempo suficiente para resgate por terra, avaliando que precisariam de três dias para a operação e não havia previsão de tempo bom em três dias seguidos.

Imediatamente após a chegada de Kika, o montanhista "Rollo", que vive em El Chalten - a quem a família agradece mesmo sem conhecer pessoalmente -, começou a se preparar para socorrê-lo. Mas, foi, juntamente com os demais, convencido pela comissão de auxílio de que se exporia a risco, diante das condições climáticas que já haviam se precipitado desde a noite de 02/1.
A decisão da Dra. Carolina Codo, juntamente com a comissão, foi absolutamente amadora e precipitada. Baseou-se unicamente no depoimento da Kika para avaliar a gravidade do estado de saúde de Bernardo (Kika relatou aos irmãos que sequer fez qualquer exame superficial no corpo dele antes de partir. Apenas disse que ele reclamava de um dedo da mão, que acreditava ter quebrado, e fortes dores na lombar/coccix que o impediam de prosseguir). Dra Carolina concluiu que, com tal estado de saúde, conjugado com as baixas temperaturas do local, a morte seria certa em horas. Sem examiná-lo, supôs, até uma hemorragia interna.
O amadorismo se confirma ao não convidarem a Kika para participar da reunião que definiria pelo não resgate. Ela era a pessoa que mais informações poderia agregar ao grupo. Ou então é porque nenhuma informação era necessária porque o não resgate já estava decidido, precisando apenas de uma versão consistente do ponto de vista técnico para falar à família e jogar na imprensa.
Não bastasse isso, a comissão de auxílio de El Chanten só foi avisar à família no dia 05/1 (em torno de 11h), com a informação incompleta e direcionada de que sua avaliação e, paralelamente, já avisado às autoridades locais, o consulado brasileiro e, principalmente, à família, o que possibilitaria ações paralelas e imediatas

A verdade é que nunca houve nenhuma autoridade no local do resgate. Porque a possibilidade de resgate nunca foi considerada desde o primeiro minuto.


Heliane Damiano Collares (mãe do Bernardo)

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