Transcrevemos tocante trecho que Silvério Nery (Presidente da Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada) escreveu sobre Bernardo.
A perda para o montanhismo brasileiro é irreparável. Com o passar do tempo saberemos da real importância do Bernardo na organização do nosso esporte. Ponderado, sensato, defensor da ética, foi a figura central de todas as articulações do movimento de institucionalização do montanhismo no Brasil, desde o Fórum Interclube, em 1999, passando pela fundação da FEMERJ em 2000, apoiando e inspirando os fundadores das demais Federações e participando diretamente da fundação da CBME em 2004 e de todas as suas ações subseqüentes até hoje.
2 trechos de depoimento carinhoso feito pelo Antonio Paulo Faria
2 trechos de depoimento carinhoso feito pelo Antonio Paulo Faria
Em 30 anos de escalada vi pouquíssimos escaladores com tal paixão, mas o diferencial e que ele pensava pelo coletivo. Entretanto, como alguns de voces, eu ficava horas ouvindo ele falar orgulhoso sobre suas conquistas pela FEMERJ. Obviamente essa organização foi fruto do trabalho duro de muitos, mas sabemos também que a FEMERJ era um outro nome do Bernardo. Ou seja, quando ouvíamos a palavra FEMERJ automaticamente aparecia a imagem do Bernardo. Uma preocupacao que divido com outros colegas: apesar de ninguém ser insubstituível, fico atento com os rumos futuros da FEMERJ.
Enfim, para mim e para muitos aqui, foi uma perda irreparável. Não lembro de ter sentido antes esta sensação com tal intensidade. Admirava e amava muito o Bernardo, como muitos de voces. mas a vida segue e que o exemplo que eles nos deu se perpetue na atual e nas próximas gerações. A organização da escalada e do montanhismo brasileiro não pode regredir com isso, precisa seguir evoluindo. De qualquer forma, o Bernardo Collares faz parte da historia da escalada brasileira e isso e inquestionável.
Antonio Paulo Faria
Transcrevo trecho do artigo amoroso que o Miguel Freitas fez sobre meu filho,com o título de Tio Zé:
Pra mim e para muitos ele era o ponto de referência, você ligava pra brincar, compartilhar e também pro Tio saber onde é que os sobrinhos estavam e o que eles estavam fazendo de bom... Sei lá, vai que acontece alguma coisa? A Patricia Duffles resumiu bem isso contando como a irmã dela tinha uma ordem expressa “se acontecer algum acidente comigo na montanha, você não liga pros bombeiros não, liga pro Bernardo.” Era óbvio. O Bernardo era o cara, era quem a gente podia confiar pra ir fazer o nosso resgate. Ele estava sempre sabendo onde as pessoas estavam e, em mais de uma ocasião, saiu correndo de casa no meio da noite pra ir na montanha salvar os amigos (de verdade). Quando a Patty lembrou essa história do resgate e, olho no olho, me perguntou “e agora? quem é que a gente vai chamar quando precisar de ajuda?” Impossível não chorar com ela.
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