quinta-feira, 31 de março de 2011

BERNARDO COLLARES _ CAP: 5

Capitulo 5- A morte de Bernardo Collares Arantes na Patagônia -Versão da família
Hoje completam-se 2 meses da primeira janela de tempo.
            Esclarecendo a posição da família
       O conteúdo da informação que chegou à família foi no sentido de que Bernardo estava morto e não havia o que fazer, já que as chances de vida dele eram nulas diante das circunstâncias.    Isso atrasou tomada de providências por parte da família, que, somente quando buscou mais informações, pôde perceber que havia esperança de vida.
Tal fato, inclusive, causou divergências entre os próprios familiares – uns já acreditando na versão da morte certa, e outros (atormentados com a possibilidade de Bernardo estar vivo e esperando socorro) passaram a buscar o resgate, freneticamente.    
          Desde o início, apenas a família pensou em alternativas para o resgate.
-Acionou o governo brasileiro através do plantão do Itamaraty e acompanhou ,de perto, a sua inércia.  
-Impetrou mandado de segurança no STJ com pedido de liminar para obrigar o governo brasileiro a agir (indeferido).  
 - Acreditou na proposta de representante do governo do Rio de Janeiro no sentido de que estava sendo negociada a liberação de helicóptero com piloto treinado para seguir para El Chalten.  
          Quando essa promessa se mostrou inexistente, descobrimos que há empresa aérea sediada em Bariloche preparada para a operação (Modena Air Service). Certamente, os Governos (em especial, o argentino) sabem da existência de tais possibilidades, mas não as adotou. Se a família tivesse sido acionada a tempo, teria tido a oportunidade de contratar (e pagar) por tal socorro.Se, desde o primeiro momento, a família tivesse ciência de que nenhuma medida governamental seria tomada, teria sido possível adotar ações com meios próprios. >
       A Katabalic, empresa americana orçou o resgate em U$ 300 mil. Nós descobrimos isso somente após mais de uma semana do acidente, quando a família não tinha mais esperança de vida! Pois se fossse logo nos primeiros dias nós teríamos pago. A inércia governamental e nossa ingênua expectativa por medidas deles, fez com que não tomássemos, dede logo, medidas autônomas.

  Tudo apenas uma questão de preço.

 E ,segundo cálculos preliminares da AirZermatt, Suíça o custo supera US$ 1 milhão pois teria que trazer o helicóptero de lá por não acreditar na infra-estrutura Argentina.  Como se pode, ver o resgate sempre foi possível! 
      Buscou-se, desde o início, matar a esperança da família. Seja pela demora do grupo local em acionar familiares que buscariam autoridades fora dali ; seja porque o governo argentino não quer confessar sua incompetência em efetivar resgates; seja porque o governo brasileiro não quis investir no difícil e oneroso resgate de apenas uma pessoa; seja porque os montanhistas buscam, num visível movimento de corporativismo, “proteger” as suas aventuras, por vezes irresponsáveis;seja porque os empresários do local querem proteger o seu negócio contra o fechamento para o montanhismo que poderia condenar à morte todos os negócios da cidade que vive disto.  O que, na realidade, seria o mais sensato.
      Heliane Damiano Collares (mãe do Bernardo)

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