sábado, 14 de abril de 2012

"UBÁ NOTÍCIAS" POSTAGEM Nº 448 - ANO 2



Lígia Aroeira Ferreira



Fique por dentro...




COMEMORANDO 90 ANOS
  
                                                                                 

A família da Maud Rocha Souza Lima se reuniu no último 07 de abril - sábado de aleluia - num almoço festivo no Del Fiore para comemorar seus bem vividos 90 anos.
O que não faltou foi alegria, pois a aniversariante, dando um banho de vitalidade recebeu seus amigos, familiares e convidados  para celebrarem seu aniversário.
A festa que teve início às 13h se estendeu durante toda a tarde em clima de música e alegria.

Colaboração: Miúcha Trajano Girardi





Elza Marcatto



Em dia com a notícia...


COMARCA DE UBÁ


Em 23 de março de  1892, portanto, há 120 anos, criou-se a Comarca de Ubá.

É a Circunscrição  Judiciária de um estado (município) controlado por Juiz de Direito.
Mais uma comemoração no município de Ubá.

Fonte: Jornalista Levindo Barros.




Andréa M.Vieira Occhi






Faça seu Estilo...




                    DESTAQUE PARA AS FENDAS



                      ESPAÇO ABERTO




Em Ubá, tempos da infância,
adolescência e sensualidade


Olympio Coutinho

Às vezes, eu me lembro de algumas coisas que já deveriam ter sumido da minha memória, tantas foram as informações que ela recebeu ao longo de tanto tempo. Coisas, por exemplo, como a empregada lá de casa, a Blandina (aliás, uma segunda mãe), trepada nos galhos da mangueira e tentando, com a maior dificuldade, pegar a manga que eu, menino de 8 anos, insistia em pedir gritando após sua pergunta quase desesperada e cheia de notável paciência: "É essa, Olympinho?" E eu, na doce ditadura de meus cinco aninhos: "Não, Blandinha, é a outra, a pintadete madurete!!!" Pindadete madurete... de onde, afinal, eu havia tirado essa expressão que, no meu mundo infantil, significava aquela manga que quem viveu infância em Ubá sabe qual é: aquela mesmo, a manga que a gente escolhe quando tem o direito de escolher. Hoje, na vida, raríssimas vezes, as pessoas insistem em exigir a pindadete ... e concordam em aceitar qualquer manga da vida, geralmente "criadas" com agrotóxicos: bonitinhas, mas ordinárias. Mas, isso é outra história.
Pois é, essas coisas não fugiram da minha memória, embora não estejam presentes com a mesma intensidade vivida pelo menino de cinco anos naqueles tempos em que meu universo era imenso: um quintal com árvores de frutas e bichos brincando no chão de terra.... havia uma horta também, mas estava fora do meu mundo: era mais o mundo de papai (quando tinha tempo) e de mamãe, que cuidavam dele com uma atenção que até dava ciúme. Tanto que havia uma tranca e uma portão de vai-e-vem, monitorando (palavrinha atual e besta que, certamente, tomou conta de outra melhor) controlando sua abertura e fechamento e impedindo que os bichos do quintal entrassem livremente e comessem couves e alfaces. Até hoje eu acho que era mais para nos desanimar, pois nós, meninos, se pudessémos, deixaríamos entrar na horta galos, galinhas, frangos, pintinhos, coelhos, cabritos e carneiros para se deliciarem com as alfaces novinhas e os tomates vermelhinhos... sem agrotóxicos e que, assim oferecidos, fariam muito bem à saúde dos bichos, como faziam à nossa.
Dentro do cenário da infância em Ubá, lembro-me ainda do doce prazer de armar arapuca no terreno baldio ao lado de minha casa (onde hoje é a Associação dos Empregados do Comércio), na Cristiano Roças. Tudo para pegar rolinhas e outros passarinhos, que, na época, ingênuos, caiam facilmente na armadilha. Hoje, estão mais ariscos, assim como nós em relação à sociedade que nos cerca. Bem que o moço bom de texto chamado Paulo Mendes Campos escreveu em um de seus livros: "A vida é uma armadilha". Como poeta sensível, deve ter caído em várias... assim como eu e você.
Pois é, a infância passou e veio a adolescência e, com ela, a doce sensualidade da adolescência. A sensualidade descoberta quando a gente, ao invés de apenas olhar, espia. Espia rostos antes iguais e agora diferentes; espia corpos antes iguais, mas agora diferentes. E a gente frerta, buscando a aproximação: no footing da praça Guido, no Jardim São Januário, na saída das meninas do Sacré - Couer de Marie, na piscina da praça de Esportes, nas horas dançantes e nos bailes do Ubá Tênis Clube e do Tabajara. E se deslumbra ao ver o movimento da bola e das jogadoras no jogo de vôlei e, no escurinho do cinema Brasil e dos Reskalla, sente com claridade a vida que se anuncia: é o despertar da relva, da doce sensualidade da adolescência. Na mente e no coração, uma certeza: vem vindo coisa nova por aí.
Era uma sensação que se manifestava na apresentação, no cumprimento, no sorriso, na tentativa de sermos meio malandros quando a gente (meninos e meninas) nem sabia o que era isso e, quem sabe, até mesmo numa certa cumplicidade: se você for legal comigo serei legal com você! Quem sabe, naqueles tempos (e falo dos anos dourados da década de 50 passando para 60), o que a gente buscava mesmo era companheirismo, busca que ainda não perdeu seu conteúdo, mas que, talvez, tenha deixado de ser a principal meta nas tentativas de aproximação, nos encontros e no tudo que deles nascem.
Havia inocência na infância e sensualidade na adolescência dos meninos e meninas de Ubá (quiçá do mundo) naqueles bons tempos em que éramos felizes e sabíamos.
Publicação nesta coluna: ubanoticias@gmail.com
 



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